A nova atualização do “tarifaço” do presidente estadunidense inclui o fim da isenção de impostos de importação para produtos até US$ 800
A partir de 2 de maio, remessas internacionais com valor de varejo de até US$ 800 deixarão de ter isenção de impostos de importação nos Estados Unidos. A medida, anunciada pelo presidente Donald Trump, já vem provocando o fechamento de fornecedores chineses de fast fashion — especialmente os que abastecem a varejista Shein e se concentram em um distrito de Guangzhou, conhecido como “Vila Shein”. A empresa, assim como a Temu, anunciou recentemente um aumento nos preços das remessas destinadas ao país.
A política abolida por Trump é conhecida como “de minimis” e fazia com que, devido aos preços baixos dos produtos, consumidores estadunidenses se interessassem pelas compras em lojas virtuais como a Shein. Isso impacta diretamente a cadeia de produção dos fornecedores da marca, diante de um cenário de crescimento econômico lento e estável que a China já enfrentava, que resultou em menos vendas e pedidos na famosa varejista on-line.
Consequentemente, a queda na demanda fez fornecedores encerrarem as atividades. Estoques encalhados e peças sem acabamento tomaram conta das oficinas. Alguns, como relatou um empresário local ao jornal Valor Econômico, passaram até a comercializar os itens de forma direta nas redes sociais. Enquanto isso, a varejista tem incentivado alguns deles a migrarem a produção para o Vietnã, como forma de reduzir o impacto das tarifas impostas pelo presidente americano.